Ligeiramente irônica.
Ligeiramente sarrista.
Eu critico as COISAS.
Tipo, TUDO.
Não sei exatamente porquê, já que sou feliz, sem motivos pra ser tão "azeda" porém confesso que o sou!
Então, como parte de um todo, tenho esta "obrigação moral" de criticar atitudes de pessoas.
E honestamente, investi um certo tempo criticando as pessoas QUE CASAM!
Acredito que meus brados de pessoa resolvida não convenceram ninguém.
Contrariando tudo o que já quis representar, o mundo me julgou "solteirona e amargurada"!
HAAHAHAHAHA!
Então fiz uma "auto-análise de mim mesma". (tosco assim, porque acho que estes termos são coisas de terapeutas e psicólogos, eu sou leiga, então tenho que mostrar isso! rs...)
Primeiro cheguei a conclusão que a culpa não é minha.
O ser humano é imbecil, então ao invés de aproveitar os benefícios de um relacionamento tão profundo e importante, ele estragou tudo, me fez dizer em alto e bom som por vezes repetidas :"EU NÃO QUERO ME CASAR!"
Começou com homens sendo uns amores no namoro, e verdadeiros sanguessugas enquanto maridos (o conceito é aplicável à mulheres também).
Então alguns (maridos) decidem que ela não precisa mais trabalhar, ou comprar roupa nova, ou sair, ou estudar (ou ser feliz). Ela precisa cuidar da casa, cozinhar e ter filhos, uma porção deles. Ela não pode opinar, e quem manda no dinheiro é ele.
Hunf. |
E como se não bastasse, um deles decide que envolver uma terceira pessoa nesta confusão pode dar certo.
Oras...!
Pois bem, as atitudes acima me fizeram criticar o casamento, uma instituição divina, segundo dizem. Houveram outras, muito mais debatíveis e revoltantes. Acredite-me.
Entretanto decidi abir minha mente.
Focalizei nas exceções, que deveriam ser regras.
E pensei na solidão que pode surgir com o tempo.
Hoje mesmo conheci uma senhorinha chamada Maria Rosa, nascida em 1939.
Peguei seu documento e estranhei a ausência de um sobrenome, perguntei:
" O nome da senhora é apenas Maria Rosa?"
Ela: " Sim, nasci numa época complicada, quando foram me registrar esqueceram de me dar um sobrenome!"
Eu: "Puxa, que história diferente."
E continuei com minha vida, então daí a poucos segundos ela vira pra mim e diz:
" O pior de tudo é que eu nem casei pra ter o último nome de um marido."
Fiquei parada, olhando pra ela e imaginando quão solitária devia ser sua vida, não por causa do sobrenome, porque isto não faria diferença alguma se ela vivesse um casamento porcaria, mas pelo fato de ter seus 73 anos, e ter perdido a chance de compartilhar boa parte dele com alguém que ela amasse!
Isso não faria você pensar?
Pois me fez.
Não acredito que um relacionamento cheio de desgostos possa substituir solidões alheias. Não mesmo. Seja solitária, é bem melhor. Ou compre um cachorro. Ou um gato.
Não acredito naquelas uniões que extravasam paixão por todos os poros e orifícios.
Acredito que, não importa quanto amor se tenha, ou mesmo que o amor já não esteja com o mesmo vapor do início do relacionamento, o mínimo que se pode esperar de uma relação a dois que teoricamente deveria ser "até que a morte os separe." é companheirismo, cumplicidade e principalmente respeito!
Do contrário, serviria pra quê?
Não tenho ideias absurdamente românticas, e nem espero que um marido ou uma esposa sejam isentos de falhas. Mas qual o sentido de "entrar de cara" num compromisso pra vida toda, se não for pra ter o mínimo de felicidade e admiração possível?
Pensando bem, a culpa é minha por deixar os péssimos exemplos determinarem minha opinião inicial!
Eu acredito em companheiros de uma vida toda, que lutam juntos por suas causas, que vencem as lutas diárias e mesmo com os desentendimentos se entendem!
Não pretendo esperar ilusoriamente, a perfeição em outrem.
Pretendo esperar conscientemente a companhia que me inspire a fazer o que tem de ser feito, sem encarar minhas atividades como punição por ser "esposinha"!
Não estou dizendo que isto é prioridade.
Porque NÃO É.
Mas me peguei pensando...
Pensando na solidão da d. Maria Rosa...Que me fez pensar no que não quero.
Acabar infeliz, por ter criticado tanto e simplesmente desacreditado.
Não quero.
Beijos pensativos...
Thatá.