quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Relato sobre Casamento

Sou uma pessoa ligeiramente sarcástica. 
Ligeiramente irônica.
Ligeiramente sarrista.
Eu critico as COISAS.
Tipo, TUDO.
Não sei exatamente porquê, já que sou feliz, sem motivos pra ser tão "azeda" porém confesso que o sou!
Então, como parte de um todo, tenho esta "obrigação moral" de criticar atitudes de pessoas. 
E honestamente, investi um certo tempo criticando as pessoas QUE CASAM!
Acredito que meus brados de pessoa resolvida não convenceram ninguém. 
Contrariando tudo o que já quis representar, o mundo me julgou "solteirona e amargurada"!
HAAHAHAHAHA!
Então fiz uma "auto-análise de mim mesma". (tosco assim, porque acho que estes termos são coisas de terapeutas e psicólogos, eu sou leiga, então tenho que mostrar isso! rs...)
Primeiro cheguei a conclusão que a culpa não é minha.
O ser humano é imbecil, então ao invés de aproveitar os benefícios de um relacionamento tão profundo e importante, ele estragou tudo, me fez dizer em alto e bom som por vezes repetidas :"EU NÃO QUERO ME CASAR!"
Começou com homens sendo uns amores no namoro, e verdadeiros sanguessugas enquanto maridos (o conceito é aplicável à mulheres também).
Então alguns (maridos) decidem que ela não precisa mais trabalhar, ou comprar roupa nova, ou sair, ou estudar (ou ser feliz). Ela precisa cuidar da casa, cozinhar e ter filhos, uma porção deles. Ela não pode opinar, e quem manda no dinheiro é ele.
Hunf.

E como se não bastasse, um deles decide que envolver uma terceira pessoa nesta confusão pode dar certo.
Oras...!
Pois bem, as atitudes acima me fizeram criticar o casamento, uma instituição divina, segundo dizem. Houveram outras, muito mais debatíveis e revoltantes. Acredite-me.
Entretanto decidi abir minha mente.
Focalizei nas exceções, que deveriam ser regras.
E pensei na solidão que pode surgir com o tempo. 
Hoje mesmo conheci uma senhorinha chamada Maria Rosa, nascida em 1939.
Peguei seu documento e estranhei a ausência de um sobrenome, perguntei: 
" O nome da senhora é apenas Maria Rosa?"
Ela: " Sim, nasci numa época complicada, quando foram me registrar esqueceram de me dar um sobrenome!"
Eu: "Puxa, que história diferente."
E continuei com minha vida, então daí a poucos segundos ela vira pra mim e diz:
" O pior de tudo é que eu nem casei pra ter o último nome de um marido."
Fiquei parada, olhando pra ela e imaginando quão solitária devia ser sua vida, não por causa do sobrenome, porque isto não faria diferença alguma se ela vivesse um casamento porcaria, mas pelo fato de ter seus 73 anos, e ter perdido a chance de compartilhar boa parte dele com alguém que ela amasse!
Isso não faria você pensar?
Pois me fez.
Não acredito que um relacionamento cheio de desgostos possa substituir solidões alheias. Não mesmo. Seja solitária, é bem melhor. Ou compre um cachorro. Ou um gato.
Não acredito naquelas uniões que extravasam paixão por todos os poros e orifícios.
Acredito que, não importa quanto amor se tenha, ou mesmo que o amor já não esteja com o mesmo vapor do início do relacionamento, o mínimo que se pode esperar de uma relação a dois que teoricamente deveria ser "até que a morte os separe." é companheirismo, cumplicidade e principalmente respeito!
Do contrário, serviria pra quê?
Não tenho ideias absurdamente românticas, e nem espero que um marido ou uma esposa sejam isentos de falhas. Mas qual o sentido de "entrar de cara" num compromisso pra vida toda, se não for pra ter o mínimo de felicidade e admiração possível?
Pensando bem, a culpa é minha por deixar os péssimos exemplos determinarem minha opinião inicial!
Eu acredito em companheiros de uma vida toda, que lutam juntos por suas causas, que vencem as lutas diárias e mesmo com os desentendimentos se entendem!
Não pretendo esperar ilusoriamente, a perfeição em outrem.
Pretendo esperar conscientemente a companhia que me inspire a fazer o que tem de ser feito, sem encarar minhas atividades como punição por ser "esposinha"!

Não estou dizendo que isto é prioridade. 
Porque NÃO É.
Mas me peguei pensando...
Pensando na solidão da d. Maria Rosa...Que me fez pensar no que não quero.
Acabar infeliz, por ter criticado tanto e simplesmente desacreditado.
Não quero.

Beijos pensativos...
Thatá.






quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Relato de Infância

Oi.
Nem preciso mencionar o fator preguiça como principal responsável pelo meu sumiço, né?
Então tá.

Há uns dias atrás, dia 12 de outubro, mais precisamente, foi o dito Dia das Crianças, vou confessar: eu critiquei você marmanjão que postou frases profundas e reflexivas sobre a infância.
Hahaha...!
Mas, acontece que, eu também fiquei profunda e reflexiva uns dias depois me lembrando de todas as situações excepcionais que nunca mais voltarão!
Amores, digam o que quiserem, mas EU tive a infância mais estupenda do mundo!
HAHAHA, eu e as gêmeas (minhas irmãs!)
Mesmo ciente que nunca tive os privilégios de uma filha caçula, me divertia ao meu modo, e mesmo as gêmeas sendo mais velhas as brincadeiras eram adaptadas, ninguém ficava sem participar de nada, e independente do que fosse, podia-se esperar BARULHO! Hahahaha!
Na verdade, tudo que possuíamos era diferente das demais crianças, e poderíamos ter crescido cheias de complexos e lamentações (quer dizer EU não tenho complexos, elas eu já não sei, hahahaha!), mas acho que isso não ocorreu...Mamãe sempre disse que se dependesse dela, nunca seríamos soltas ao mundo, ela nos criaria numa bolha e nada nos atingiria, provavelmente é papo de mãe, né? Pois bem.
Eu tinha bronquite, a Denise tinha bronquite, sinusite e rinite e a Deise tinha bronquite e rinite, ou seja, "pura saúde"! Hehehehe!
Então, não podíamos andar descalças em momento algum, se caso acontecesse éramos ameaçadas com a cinta Lee do papai, a mais velha, que costumava doer mais.
Não podíamos tomar sorvete, mas o pai sempre abria umas exceções e a gente chupava uns picolés escondidas da mamãe, chegávamos em casa e tomávamos um litro d'água cada uma, que era pra "derreter" o gelo, hahahahahha, as teorias do Sr. Uilson (meu pai). E não interessava, era sempre uma aventura!
Nós não costumávamos assistir TV, então tínhamos os nossos programas televisivos feitos em casa, a Denise era a apresentadora e seu nome era Heloísa, então a gente se preparava para o show, colocávamos uns guarda-chuvas coloridos pendurados nos lustres, e mandávamos ver! Nosso programa tinha participação de cantores famosos e telespectadores fanáticos, todos muito bem interpretados por nós mesmas, com direito a interação com o auditório e tudo mais, hahahaha!
Daí, como se não bastasse decidimos criar um programa pra competir com aquele "Fantasia" que passava no SBT, e o nosso se chamava "Bumerangue", e olha, não é por nada não, mas em nossas cabeças éramos sucessos garantidos! HAHAHAHAHAH!
Nossa infância foi regada de covers das Spice Girls, e coreografias ousadas do "É o Tchan" até na porta da igreja, hahahha!
A gente também tinha uma recepção de um consultório médico, com direito a agendamento de consultas e pacientes mal-educados!
A gente se juntava pra "explorar" os mercados da vida, ficar parada em um corredor vendo papai comprar óleo era no mínimo frustrante, então era melhor procurar corredores mais interessantes e promissores daí e a gente se perdia e toda vez era preciso anunciar: " Senhor Uilson, favor comparecer ao balcão de informações, suas filhas o aguardam!" HAHAHAHA!
Aí ele aparecia, nós fazíamos uma festa e pedíamos logo um carrinho só para lotá-lo provavelmente de Miojos, Rocamboles e rosbife.
O prédio em que morávamos era literalmente NOSSO! Tomávamos posse da garagem, e se estivéssemos andando de bicicleta por lá, quem tinha que tomar cuidado eram os motoristas desavisados, nossa Caloi era na verdade uma Honda aos nossos olhos, hahaha!

Nunca brincamos de casinha e Barbie pra gente era experimento científico!
Sempre recebíamos o incentivo que queríamos se a questão era ler, papai sempre incentivou e nunca questionou o fato de gastarmos a mesada toda em Gibis (ele só questionava se ao invés de gibis gastássemos com pirulitos do KLB)!
Tudo se resumia a cantoria, e mamãe inventava músicas pra comermos sagu e até pra cantarmos no trânsito!
E a gente cresceu criando musiquinha pra QUALQUER coisa.
Fala aí, gêmeas?
HAHAHAHA!
Talvez pra quem lê, seja pouco, ou estranho.
Eu acho o máximo.
Porque no fim, mesmo que fossemos diferentes de algumas famílias, crescemos inteligentes, brilhantes e criativas! Uauhauhauhuhauha!
E a principal lição que aprendi em minha infância, que me acompanha diariamente, e me faz ter orgulho de ter tido a educação que tive (vixe!) é:

Você não precisa ser igual a todo mundo pra ser feliz!
Não precisa ter o que todos têm, não precisa ir onde todos vão.
Criar um cenário por si próprio é mais louvável do que seguir o rumo das histórias alheias.

O que cada um faz com que suas experiências infantis ou não, é opcional.
Eu escolhi extrair o melhor de TUDO!
(escolhi não reclamar da falta de sorvetes todos os dias, preferi tornar estes momentos raros, inesquecíveis!)
E honestamente?
Sinto saudades! Não aquele tipo de saudades que te faz querer voltar no tempo, até porque isso é tosco.
Mas sinto saudades.
Porque se eu decidir apresentar um show na sala de casa com guarda-chuvas pendurados nos lustres e figurinos extravagantes, ninguém me dará muito crédito como pessoa sã, né?
Então, suspeitei!

HAHAHAHA!

Beijos,
Thatá!