segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Relato Indiscreto (mini!)


Meu celular toca em público,
Olho para os lados bem desconfiada, digo um "alô" quase inaudível ,
Escondo detalhes pessoais e sempre acho que quem está ao meu lado presta atenção no que estou dizendo.
Sou paranoica.
As pessoas ouvem tudo meeeeeesmo, por exemplo, eu!
Sem fazer qualquer esforço, e sem vontade alguma de ouvir, descobri que a moça comprou um conjunto de facas Tramontina porque sua sogra questiona sempre o fato dela gastar mais em roupas do que em qualquer outra coisa. A mãe dela morava na Bahia, e ela não gosta de cozinhar.
A outra contou que brigou com o namorado porque ele estava tendo ideias sinistras, e ela achava tudo muito indecente, descobri também que tinha sido mandada embora naquele mesmo dia e que desconfiava que alguém provavelmente fizera uma macumba braba, porque fazia muito tempo que as coisas não davam certo.
Ela vai tomar um banho de sal grosso na praia, na virada do ano.
Ok!
O outro mocinho, decidiu compartilhar com todos ao redor como sua namorada era uma verdadeira trouxa,
Liga toda hora, ele xinga, manda ela ir catar coquinhos, cinco minutos depois ela aparece na porta e pede perdão. (ele conta com um sorriso nos lábios e uma pose de "I'm THE man!").
A outra não vai comprar uma bicicleta, porque senão não termina a casa.
Não me disponho a ouvir, eu ouço porque as pessoas berram a plenos pulmões, como se cada detalhe desses fosse algo sem muito impacto, tipo como, falar sobre o tempo.
Privacidade por favor!!!

Privacidade já era!
Nada disso! No more.
Saiu de moda pra alguns...
A "onda" agora é contar os mínimos detalhes da briga com o bofe,
Ou falar mal do patrão em alta voz...
Ou xingar a sogra (ou a mãe)...
A "onda" agora é filmar a briga do vizinho e colocar no Youtube.
Ou filmar a própria desgraça e colocar no Youtube.
Tudo muito explícito e sem-graça (por falta de palavra melhor).
Não estranhe se daqui há alguns dias as pessoas instalarem seus chuveiros nas garagens.
Porque tá tudo muito normal.
Discrição é coisa do passado.
É como se todo mundo vivesse ali, dentro da mesma casa que a tua.
E quem se preocupa em manter suas histórias pessoais para si próprio é considerado estranho.
Estranha serei até a morte, se for este caso...
Ninguém precisa saber o que aconteceu no banheiro da casa da vó da tia da prima do vizinho do encanador da Dona Francisquinha!

As pessoas dizem qualquer coisa que vem na mente, depois reclamam que Fulano não para de cuidar da sua vida.
Aaaaaaah, vá!
Eu diria:
"Seja discreto meu amigo. O que ninguém precisa saber, você não precisa contar."
Ou postar.
(e eu sei disso!)

Ponto.
Hunf.


Thatá.


2 comentários:

  1. Curti! hahaha.
    Minha irmã me contou de uma cena no ônibus que até dá vergonha de contar. Quer dizer, a mulher é que deveria ter vergonha de ter falado.
    Uma jovem senhora ao celular, conversando com a filha: "Oi, filhinha! tudo bem? Está se comportando direitinho? Já almoçou? Fez cocô? Foi durinho ou molinho?" HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAH

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