segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Relato sobre Sinceridade (ou a falta dela).

Tô achando tudo muito chato.
O tempo anda feio. Há trânsito em todo lugar e andar de ônibus não é uma aventura, como  já insisti em afirmar.
Tô andando de mãos dadas com a preguiça porque ela não me condena, mas honestamente não tô gostando muito dela também.
Não tô gostando da quietude.
Mas vez ou outra não gosto do barulho.
Não gosto de conversar quando acordo.
Não gosto que me acordem.
Não gosto de chuva. (sim, eu sei que é necessária, mas eu não preciso gostar!)
Não gosto do cheiro das rosas.
Não gosto de animaizinhos e poucas crianças me chamam a atenção.
Não gosto de mim quando grito e não gosto de meninos que gritem.
Não sinto vergonha ao dizer que não conheço aquele cantor "famoso" que anda por aí na mídia.
Não gosto de Madonna, nem de música sertaneja.
Não gosto de novelas, não gosto de reality shows brasileiros, não gosto de MPB.
Não entendo política, por isso não digo que não gosto.
Não me sinto desconfortável usando saias.
Não gosto de pão com manteiga, nem de leite, nem de café com leite.
Não gosto de arroz com feijão.
Não gosto de perfume.
Não gosto de posar pra fotos.
Não gosto da maioria dos memes que rolam por aí.
Não gosto de fazer charminho.
Não tenho paciência com gente influenciável que muda de acordo com o interesse.
Não gosto de algumas pessoas.
Mas não gosto principalmente daquelas pessoas, que não admitem suas verdades, porque estas verdades contrariam o que alguém esperava de você.
Tu é um(a) imbecil.
(Não estou aqui propagando minha originalidade, porque sei que existem mais umas 500.000 pessoas com o mesmo pensamento que o meu.)
Grrrrrrrr!

Vou confessar que acho TUDO muito chato ultimamente, pelo simples fato de ser TUDO igual.
Indivíduos não se dão mais ao trabalho de "gostar" do que "gostam", ou não "gostar" do que "não gostam".
Eles "gostam" do que todo o resto "gosta", mesmo que "não gostem"!
(entendeu?)
Exige muito esforço defender suas próprias ideias e apresentar aos outros aquilo que você realmente aprecia.
E eu sei.
Na minha opinião os "círculos sociais" se mostram cada vez mais exigentes e cada vez mais superficiais, porque honestamente quem exige que você mude muito para se adaptar a uma amizade, não é digno de te ter como amigo, porque simplesmente não valoriza quem você é.
As pessoas estão sempre tentando te transformar e de uma forma ou outra dizem que o estranho é você!
Hunf.
Então por experiência própria, parei de achar que ser "estranha" é uma coisa ruim.
Porque até onde eu vejo estranhos são eles que se obrigam a "receber ordens" (in)diretas talvez de alguém que não sabe o que é melhor nem para si próprio.
Sei que este assunto já anda meio desgastado mas, no fundo, no fundo acho que tudo isso está relacionado a falta de sinceridade.
Se acostumam a viver de mentiras, sendo desonestos com suas próprias personalidades por pura carência afetiva, o que pensando bem, não justifica, porque quem se sente carente busca relacionamentos duradouros e profundos, certo?
Então tem mais a ver com status? Tem a ver com o que as pessoas "de fora" dirão?
Provavelmente.
Enquanto essa gente se apega a superficialidade das relações através da anulação de suas próprias opiniões, seu crescimento pessoal fica comprometido. Não há desenvolvimento e você para de viver "por você". E aí então, quando as amizades de "5 minutos" decidirem que tu é indispensável, sobra o quê exatamente?
Hein?
Milhares de opiniões não expressadas, vestidas em alguma roupa odiosa que acharam que ficaria melhor em você.
Não sei porque, mas sinceridade é algo que defendo RADICALMENTE, mesmo sabendo que esta é uma ideia retrô!
Nunca me arrependi de ser quem sou, e nunca me arrependi de ser "lançada fora" porque não combinava.
Só queria que as pessoas se amassem mais, amassem seus desejos mais do que as opiniões alheias, e defendessem seus ideais de vida mesmo com a desaprovação de alguns.
"Seja você mesmo, um original sempre vale mais que uma cópia!"

Enquanto o fato de gostar de gibis, seriados não tão conhecidos, músicas desconhecidas, roupas mais velhas, salgadinho com café, livros que não estão na moda, sapatos de velha...
Enquanto o fato de ser a favor de ideias consideradas retrógradas e o fato de querer ser o que outros não querem, interferir em minha adaptação a algum círculo novo, só crescerá em mim a certeza de que manter as amizades antigas é uma dádiva.
E eu pretendo preservá-las.
Porque sempre se mostraram profundas e honestas, mesmo em momentos de discordância respeitaram a minha individualidade e vice-versa.
Me amo demais pra deixar que qualquer "pensamento inovador" anule minha voz,  e meu propósito de existência.
Se eu não gosto, falo. Me chamem de estranha, de crítica, ou o que quiserem.
Eu sou.

Tenho dito.
Beijos,
Thatá.






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