Estava aqui pensando quem foi o ser humano que inventou "sem-querer-querendo" a primeira simpatia. Sim, simpatia, tipo aqueles atos considerados absurdos que uma pessoa faz pra conseguir uma coisa sem relação com o ato em si. Sabe? Eu lembro de poucas.
Perguntei pro velhinho aka meu pai quem ele achava ou o que ele achava que originou a primeira simpatia, pra ver o que ele respondia, já que geralmente ele é muito sábio (velhinho, quero mesada). Ele olhou pra mim, murmurou uns "aaahs..." e "hunsss..." e de repente a persiana da sala pareceu ser uma coisa muito interessante e complicada, e ele me ignorou completamente.
Ok.
Deixe-me com meus devaneios.
Pra começar acho que esse negócio de simpatia é bem coisa de brasileiro, sabe? Eu acho por achar mesmo. Porque você concluir que cruzar facas embaixo da cama cura enxaqueca, ou algo assim, exige muita criatividade, e brasileiro é criativo.
Dito isto, prossigo.
Acredito que as simpatias surgiram por conta da necessidade do ser humano em ter algo a que se apegar com a esperança de obter resultados satisfatórios. Por quê não?
Nós fomos criados assim, tanto é que, agnósticos e ateus são minoria, e ainda assim, acho muito provável que vez ou outra esses mesmos rezam ou oram, ou fazem simpatia, e fingem que estão sendo irônicos, ou satirizando, mas eu já saquei! Rá.
Sempre tem alguém pra dizer que religião é coisa de gente fraca, gente insegura, gente sem personalidade. E eu concordo, da mesma forma que acredito que algumas pessoas sem fé declarada não possuem personalidade, são inseguras e são fracas.
Só tem humanos envolvidos nos dois lados, então...É isso aí, sem mistérios.
E independente do credo, não vou acreditar se você me disser que nunca "pensou-positivo" pra que algo desse certo. Ou fez uma simpatiazinha.
Quando algo dá errado na vida de qualquer criatura, é inevitável mistificar as coisas, e de repente acreditar em tudo que transcende nosso conhecimento limitado, ou você espera que o universo conspire em seu favor, ou pede pra alguém torcer por você, ou joga meio discretamente na conversa com algum evangélico ou católico fervoroso o quanto você precisa de uma resposta, já sabendo que a pessoa vai pedir a Deus no seu lugar, já que você não acredita, ou não tem um relacionamento tão íntimo assim com Ele.
Aí pode ser que Deus responda, então você não atribuirá a Ele, mas pode ser que nada dê certo, aí né...Quem podia ser o culpado? Bem...Deus né? Mesmo "sabendo que Ele não existe".
Tudo bem.
Eu entendo que as frustrações da vida nos torna estranhos.
E ninguém é obrigado a ter fé, ou pensar positivo, ou mistificar todos os assuntos do mundo. Algumas coisas não se aplicam, e quem tem fé (pouca ou muita) às vezes se empolga, se confunde.
Aí alguém mais descolado, que não acredita declaradamente em Deus, mas sabe que pensar positivo funciona diz:
"Acredito que exista uma força maior no Universo, que a se gente pensar com muito foco e vontade no que queremos, esta força nos atrairá ao resultado satisfatório, não quer dizer que seja necessariamente Deus."
Aí outro alguém que acredita em Deus diz: "Não existe esse negócio de lei da atração, existe Fé, e existe Deus que responde ou não."
Aí outro alguém: "E qual a diferença de pensar positivo e ter fé? Não precisamos de nada disso, eu sou meu próprio deus, se eu não fizer ninguém faz."
Não sei o que teólogos e pensadores diriam, mas eu tenho uma resposta, posso te dar?
Então lá vai:
Pensar positivo não é errado, mas as vezes a pessoa se apega tanto a isso, e acredita que nenhum tempo ruim virá sobre sua vida, que quando 'o ruim' se aproxima, chega chegando sem dó nem piedade, a pessoa desmorona. Não foi isso que ela projetou. Não foi isso que ela pensou com "tanta força".
Ter fé é diferente, quando digo fé, estou falando de fé em Deus (que é o que eu conheço), ter fé significa saber que coisas ruins geralmente acontecem com qualquer pessoa e você não está imune a maldade do mundo, ou aos infortúnios da vida, mas você TEM CERTEZA que tudo passa, e mesmo em meio a dificuldades da vida, sabe que tem Alguém cuidando de tudo, do início do meio e do final.
Fé exige trabalho, exige que você viva a vida real, consciente, racionalmente. A fé não é cega e alienada como muita gente pensa por aí, pra que nossa fé floresça genuinamente a gente entende que precisa passar por perrengues. Fé sem obras é morta, já diz a Bíblia(Tiago 2...).
Essa fé que alguém te falou um dia que incentiva as pessoas cruzarem os braços e não pensarem por si próprias, não é a fé que Jesus queria que a gente tivesse, não é a fé que Ele divulgou.
A fé que Ele divulgou não envolve apego em coisas também, não envolve as simpatias conhecidas, porque afinal fé significa crer no que não se vê, logo, você pede a um Deus invisível que resolve tudo misteriosamente. Pronto.
É mais simples do se pensa. E é bem louco ao mesmo tempo.
Eu só queria dizer então que independente da sua opinião sobre todos os assuntos mencionados acima, se um dia aquela situação ruim aparecer inesperadamente, e você sentir aquela necessidade de acreditar e ter a quem se apegar ou algo para se apegar, se eu pudesse te dar um conselho, te aconselharia a escolher ter FÉ.
Olha pra Deus, conversa com Ele numa boa. Ele existe, você já deve ter percebido, e Ele ajuda todo mundo dentro da Sua vontade, não precisa se acanhar e dizer que não tem costume, que Ele não te ouviria. Ele ouve sim, atenciosamente.
Começa daí.
Depois a gente conversa.
E se você acha que tudo isso é loucura. É mesmo.
Mas um dia você vai lembrar, e tudo fará sentido. (soei neurótica, mas é sério.)
Beijos.
Thatá.
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