quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Relato sobre meu "Eu" atual, ligeiramente confuso

Sinto-me volúvel.
Quase bipolar.
E este é um assunto muito pessoal, eu sei.
Mas não ligo.
Amanhã pode ser que eu me arrependa.
Seria normal nas atuais circunstâncias.
O que incomoda na verdade, é me sentir exatamente igual a todas aquelas pessoas que sempre critiquei por conta de tanta instabilidade emocional que elas apresentavam!

Não me sinto triste. Muito pelo contrário. Esta é uma das melhores fases da minha vida até o presente momento, e vou confessar...Ultimamente sinto vontade de ser incrivelmente rica só pra pagar alguém pra calar a boca e emitir som zero.
As pessoas adoram trazer à tona o fato de que sou paciente e coisa e tal, mas nem isso me convence.
Algumas vozes me irritam, alguns assuntos nunca deveriam ser mencionados perto de mim, e outras pessoas deveriam existir apenas à milhas de distância, e se eu desconhecesse o nome e o sobrenome seria ideal.

Nunca tive paciência com gente "dark" e cheia de mimimi, mas agora conforme os dias passam, as lamúrias alheias passam a fazer sentido em minha mente esquisita.
Falta-me disposição, muito mais do que costuma faltar, e falta-me vontade de argumentar, e só por isso já me preocuparia!

Já diagnostiquei meu problema e decidi que precisava de vitaminas pra me dar energia e tals...E sinceramente, sei lá.

Eu continuo risonha boa parte do tempo, e continuo amando muita gente, mas não sei por quantos minutos isto pode durar...
Tento manter o interesse em coisas no geral, e tenho falhado claramente.

Alguém mais cristão diria-me:
"Conte isso para Deus."

Já o fiz, e fiz confiante.
Mas decidi registrar pra poder contar a mudança pós-fatos com provas relevantes!

Não queria ser profunda, muito menos deprimente neste post, mas fui.
Então...
Bem...

Fazer o quê?

Hunf.

Thatá


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Relato Conclusivo Sobre 2013

Dois mil e treze foi um ano diferente.
E ninguém conseguiria, jamais, medir a alegria que sinto ao escrever com tanta certeza esta frase:
"DOIS MIL E TREZE FOI UM ANO DIFERENTE!"
Passei muito tempo consciente de que minha vida necessitava de mudanças...E passei muito mais tempo ainda adiando essas mudanças...!
Os acontecimentos deste ano me mostraram que meus conselhos deveriam ser mais ouvidos por mim...E que agir ao invés de apenas pensar, é muito mais proveitoso.
Olhei muitas pessoas nos olhos e tomei muitas decisões significativas, considerei o impacto geral, tanto nas pessoas quanto em mim, e tudo saiu muito melhor do eu esperava.
Entreguei muitas coisas nas mãos de Deus, todas elas foram cuidadas lindamente...E neste ínterim Ele mesmo me aconselhou a andar com minhas próprias pernas, segurando em Suas mãos.

Tive momentos de mudança de mente, e outros momentos de me apegar com garra aquilo em que acredito!
Desdenhei algumas pessoas e me arrependi, valorizei outras e me arrependi mais ainda.
Vivenciei reviravoltas!
Sim.
Por um tempo muita coisa ficou estagnada e sem-graça, parecia meio sem jeito, depois tudo mudou. E eu passei a me dedicar com mais afinco a vivenciar momentos felizes...


Gastei muito tempo em conversas sobre o tempo, e sobre o mundo. Voltei atrás em algumas ideias, e decidi que jogar conversa fora pode ser construtivo (ou não).
Cantei mais vezes, em alto tom, tentei novos arranjos e me arrisquei a fazê-lo sozinha, tranquila, com minhas mãos levantadas, e os pés batendo no compasso, sem pressão.

Conheci muita gente, e reconheci outras. 
Descobri várias facetas de uma pessoa só, e uma qualidade marcante em quem eu só via defeito.

Conversei mais vezes com minha mãe, e descobri que somos melhores amigas, mesmo entre tantas discordâncias.
Me aproximei de alguns amigos, e outros se distanciaram por conta de parte da mudança, e eu sinto saudades, mas me lembro feliz e faço questão que eles saibam.

Alguém não acreditaria, mas entre meus vários: "O QUÊ's?" bruscos e/ou mal interpretados, me tornei mais amável.
Agora eu sorrio pras criancinhas e elas me sorriem de volta, faço carinho em suas bochechas e enxergo toda a beleza inocente que antes passava despercebida. Não significa que acho que todas elas sejam LINDAS ou incríveis, mas eu chego lá...Sem abrir mão de ser realista.


Eu presenciei momentos felizes de meus amigos, e me alegro em ter feito parte de suas conquistas.
Me alegro por minhas conquistas e me alegro com o fim de 2013, mesmo que ache que os dias seguem normalmente, independente de anos-novos ou não!
Mas se temos novas oportunidades...Por que não celebrá-las?

Por que não?

Em suma, eu só queria mesmo agradecer às vezes que o meu cérebro venceu o coração e me fez tomar decisões acertadas, e agradecer da mesma forma as vezes em que ambos entraram em um consenso!
Queria agradecer pelos meus erros, e pela minha maturidade em tentar consertá-los...
Queria agradecer as conquistas no geral...
E agradecer a quem me acompanhou...
Mesmo de longe. 

Eu só quero que tudo seja muito melhor daqui pra frente, e pode começar de hoje.
Que sejam dias sensacionais e realizadores, e que a gente saiba colocar Deus no exato lugar em que Ele merece, acima de todas as coisas!

Beijos,
Thatá

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Relato em Defesa do Silêncio

Eu aprecio o silêncio.
Sério.
É fato que vez ou outra me empolgo. Falo alto e gesticulo, rio de maneira extravagante.
Mas eu aprecio o silêncio.
Quando digo isto, na verdade, estou querendo fazer você entender que, ficar quietinho, sem assunto, só curtindo o som dos grilos, é algo completamente aceitável pra mim!
Li uma vez que, pessoas que não conseguem se manter em silêncio, no fundo, no fundo possuem problemas tão gigantes que não toleram a ideia de parar para pensar.
E eu concordo.
Honestamente, "o mundo" não quer te deixar meditar, não quer que você analise suas opções, e aparentemente, quanto mais barulhenta e cheia de distração for a vida, maior o lucro do sistema!
Não falo como pessoa paranoica, falo como quem observa.
*Repare na dificuldade que algumas pessoas têm em se manterem quietas. 
A ideologia atual prega que, se você não MOSTRAR serviço, tecnicamente você não está realizando nada que faça diferença no mundo...
E eu conheço muuuuuuuuuita gente que acredita neste conceito.
Então a correria em suas vidas é forçada, e consequentemente tentam implantar em quem os cerca este mesmo sistema, esta mesma agonia...Como se a pressa e o desespero fossem sinônimos de eficiência.
Não são.


Quanto mais eu observo, calada, pessoas ao meu redor, mais me convenço de que aqueles mestres chineses têm razão! 
Sim, aqueles dos filmes, que matam de raiva algum outro personagem geralmente apressadinho a espera de alguma resposta...Tudo o que ele (o mestre) lhe oferece, é uma boa dose de quietude, que no final explica tudo, e bláblábláblá...
Penso em quantas situações desagradáveis eu poderia ter evitado, se tivesse me mantido em silêncio por 3 segundos que fossem...
Penso em quantas discussões já foram iniciadas pela falta de concentração e este imediatismo bruto que nos cerca, causado pela ausência de se pensar duas vezes, na verdade...

Eu acho que algumas vozes deveriam ser desligadas e substituídas pelo canto de pássaros, bem ao longe...
Queria ter este botãozinho que quando apertado, me desconectasse de tantos burburinhos desnecessários e conversas que não apresentam outro objetivo além do que perturbar nossa paz de espírito...
Eu queria mesmo.
Queria passar alguns dias diminuindo o som de meus próprios pensamentos e desse lugar a quietude que a vida tenta me oferecer...
E parece tão impossível, tão distante.

Então me contento em me aquietar e observar...E enquanto o "blábláblá" ao meu redor não se encerra, me dignifico a deixar minha mente vagar por conta própria em algum lugar sereno e tranquilo...
Até ser interrompida novamente por gente inquieta...
Mas...O que se há de fazer?

Dito isto, vale a pena citar esta frase do Jackie Chan () em The Karate Kid como Mister Han:

"Ficar quieto, e fazer nada, são duas coisas bem diferentes!"

Queria que o mundo inteiro enxergasse como eu enxergo.
Queria que as pessoas entendessem.
Aiai...

Beijos!
Thatá.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Relato sobre o Bairro dos Gomes e sua gente querida! (ê saudade!)

A gente cresce fazendo amizades ao longo do tempo...
Algumas se iniciam na infância e duram, outras nem tanto. Algumas outras amizades começam na adolescência devido a algum interesse mútuo...E esta história de se tornarem amigos por conta de algo em comum é tradicional...Isso na verdade é o que leva a gente a adicionar no Facebook pessoas que conhecemos por pouco tempo, pra dividirmos nossos interesses...Às vezes dura...Às vezes não.
Sou meio estranha, se considerar os padrões de alguém, mas nunca tive dificuldade em arrumar novos amigos, e por incrível que pareça não tenho dificuldades em mantê-los também...Considero uma dádiva, principalmente se considerarmos que eu sou eu, e apresento alguns problemas, hahahah!
Enfim...
Há alguns anos atrás conheci pessoas fascinantes, de outro estado, de outra cidade, de outro modo de vida...É provável que eu não tivesse consciência alguma sobre o valor que elas teriam pra mim com o passar do tempo, e a graça da vida é exatamente esta!
Lembro que o primeiro a se aproximar (dentro deste grupo de pessoas fascinantes) foi o Alan, e ficamos tão naturalmente amigos que trocávamos cartas quinzenalmente...Eles lá no interior de Minas, e eu aqui em São Paulo.
A gente conversava sobre as pessoas, sobre as coisas, sobre nossos amigos em comum, sobre seus amores...
E quem diria, este fim de semana (de 15 de novembro de 2013), tive a honra de viajar rapidamente até o querido Bairro dos Gomes-MG, pra rever todos os amigos que fiz há alguns anos e que ainda nutrem por mim o mesmo afeto, o mesmo carinho (...E vice-versa),  para participar do casamento deste meu amigo! 
Podem imaginar minha alegria?
Fiquei alegre pela consideração de todos os envolvidos, e fiquei alegre pela oportunidade de poder desfrutar daquele ar puro do interior...
Fiquei alegre em rever pessoas tão queridas, tão simples, tão honestas...
E meu coração se enche de felicidade por poder ter presenciado o progresso em suas vidas...Suas mentes. Presenciado suas conquistas.
A gente há quatro anos atrás! Eu em pé, Denise, Deise, Alan, Angélica e Aline! (parte deles!)

Parte da conquista de nossos amigos!

Amigas que nos receberam tão bem! Aline e Ana Márcia ♥

Os noivos queridos, Talita e Alan...Eu e minhas irmãs.

A vista da janela!


E por mais que tenha convivido apenas 2 dias neste ano todo com eles, pude extrair tantos conselhos implícitos em nossas conversas, tantas inspirações para meu modo de vida, tantas considerações a respeito do meu futuro...
Pude celebrar a pureza de pessoas tão amigas, e pude celebrar a ausência daquela correria desenfreada tão comum pra mim...
Fez-me pensar...Em tudo que quero daqui há algum tempo...E quem eu quero manter ao meu lado!
Desejo que sejam todooos felizes, e que estejamos sempre por perto (modo de falar) pra compartilharmos alegrias e tristezas...!
É bom saber que sempre que a vida aqui apertar, terei sempre o Bairro dos Gomes de Baixo (hahaha!)

Beijos,
Thatá.
*Fica registrada aqui minha frustração por não ter tirado fotos com tooooodo mundo. Hunf!
**Eunice Castro, sinta-se homenageada como eu tinha prometido! Hahahaha! 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Relato Aleatório ao Extremo (porque nenhum título seria tão apropriado quanto este!)

Oi, oi minha gente!
Cá estou eu, mais uma vez!
Vou confessar que o tempo distante do blog não me tornou mais inspirada ou menos inspirada, nada aconteceu neste sentido...Sinceramente.
Na verdade, eu me atreveria dizer que minha mente anda dando voltas ainda mais aleatórias do que nunca! Logo, você vai perceber que este post atingirá níveis absurdos de aleatoriedade, porque não havia um assunto específico pairando em meu cérebro, só havia a vontade de conversar escrever. Então vim satisfazer minha vontade.

Então, deixe-me falhar-lhes...
  • Sobre minha ausência, e meu relacionamento com o tempo/horas:
Tudo começou com meu emprego novo. Agora que sou uma profissional digna, pensei que deveria poupar as redes sociais dos meus pitacos diários sobre tudo. Funcionou por um tempo, mas agora não tenho tanta certeza assim.
Pra eu ter tempo de postar coisas, tanto no Blog, quanto no twitter ou whatever, preciso organizar meus horários, estabelecer uma certa rotina. E aí é que mora o problema, nunca fui muito adepta de rotinas...
E não estou filosofando, tipo :"Saia da rotina, viaje." nada assim. Eu não gosto de rotina e não estabeleço nenhuma, tenho costumes e algumas regras básicas, óbvio, não sou tão anormal assim, mas não me habituo a executar tudo em uma certa ordem, ou levantar todo dia no mesmo horário, ou sempre sentar no mesmo lado da mesa...Não tenho essas coisas, não faço isso.
Aí então, comecei a trabalhar exatamente da forma que gostaria neste momento da minha vida...Cada dia entro em um horário, saio em outro...E sinceramente, para o presente momento, tá perfeito. E minha falta de capacidade de criar uma rotina aceitável, torna-se natural.


  • Sobre meus medos diários:
Eu enfrento muita coisa. Sério. Mesmo que seja meio preguiçosa vez ou outra, me considero corajosa...Hã?

Verdade.
Mas...
Se tem algo que traz um pânico sem explicação, é a ideia de que um crime qualquer pode acontecer em minha frente, ou comigo a qualquer momento. 
Eu vejo crimes em todos os lugares, cada movimento do cidadão ao lado é uma oportunidade, cidadãs também não escapam...
Imagino aquela criança como parte de alguma organização comandada por um chefão do mal, então, quando você se aproxima pra dizer "que bonitinha" ou "qual teu nome?", ela sorri e te rouba o relógio, ou a carteira. Eu penso que as senhorinhas são criminosas em potencial, e todo ser humano em sua moto, na verdade planeja fazer algum arrastão por aí afora.
É preocupante, porque todo mundo me assusta. E eu faço cara de "não vem não que te quebro"...
Mas...Minhas tremem, e eu (muito diva e delicada como sou) começo a suar desesperadamente!
Aí parei pra pensar de onde poderia ter surgido taaaanto terror. Conclusão:
Como se não bastassem todas as notícias diárias da vida real, tenho essa mania de ocupar meu tempo com livros policiais, ou seriados que envolvem muitas mortes e tramas diversas, onde ninguém escapa e nada é o que parece. Viu?
Quem procura o problema? Eu.
(Vou resolver depois que terminar algumas temporadas interessantes. Hehehe)


  • E falando em quem procura o problema...
Numa visão mais ampla e superficial da sociedade, cheguei a conclusão, sozinha, sem muitas evidências ou bases científicas que, boa parte de todas as doenças e/ou sintomas que a gente, é causada nada mais nada menos do que por nossa mente!
Veja bem...
Sabe aquela história do tratamento PLACEBO? Não?
É assim, a indústria farmacêutica precisa testar a eficácia de algum medicamento novo, aí como parte do estudo um grupo recebe o "remédio" com a substância real, e outro grupo recebe um "remedinho de farinha" que é o placebo, então os caras analisam os efeitos em ambos os grupos, interessantemente o grupo que recebeu o comprimido (ou sei lá) de farinha, vez ou outra apresenta sinais evidentes de melhora, da mesma forma, como se estivessem tomando o medicamento normal, com suas propriedades e características reais...
Pois bem.
Da mesma forma que esses indivíduos que fazem uso do placebo, se sentem bem e as vezes até ficam curados de seus problemas por acreditarem que estão fazendo o tratamento, nós às vezes usamos este "super-poder" para efeitos contrários, nos convencemos que estamos doentes e acabados e realmente ficamos...Doentes e acabados.
Não é estória da carochinha, isso é a mais pura verdade, pesquise mais a fundo.

Logo, como conclusão deste post aleatório ao extremo, digo-vos:

-Não tenho a mínima intenção de me adaptar a alguma rotina deprimente por esses dias...
- Preciso parar de fazer com que a ficção torne os fatos da vida real ainda piores.
- E finalmente, decidi obrigar minha mente (criativa ao extremo quando não preciso) a não desenvolver situações e sintomas desagradáveis por conta própria, apenas porque os ambientes são propícios, nada de ver coisas onde não tem, e nada de piorar o que já está pra lá de ruim.

E por me faltar aleatoriedades para completar este post, me despeço:
-Tchau.

Beijos,
Thatá.



quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Relato sobre como a vida é legal e nós somos tão incrivelmente chatos!

Acho que a vida em si, é muito legal!
A gente sabe que acontecem essas reviravoltas e coisa e tal.
Porque já dizia alguém, mui sabiamente, "a vida é uma caixinha de surpresas"!
De repente, no topo de tudo, as coisas sejam coloridas, alegres e interessantes, aí então, conforme a gente revira a "Caixa" (aka vida), descobre que lá no fundo existe algum tipo de compartimento ultra-secreto, cinzento e deprimente, que te atrai algumas vezes, ainda com mais força do que as coisas divertidas...Não é bom, mas a gente sabe que na vida é inevitável. Então, ok.
Não significa que as coisas sempre aparentarão cores, diversão e sei lá, dias ensolarados... Possa ser que no topo de nossos achados, estejam as criaturas de algum pântano, ou noites chuvosas...Aí então, a gente meio que 'cavuca' desesperadamente, e lá, entre aqui e ali, aparecem as coisas interessantes, brilhantes, alegres, convidativas...
Por isso digo que a vida é legal...
A gente tropeça aqui e ali, se estrupia, e de repente tudo fica lindo de novo...!

Quando paro e penso seriamente, chego a conclusão que enquanto perambulamos pela Terra, muitos dos nossos momentos sombrios são prolongados e perpetuados por nós mesmos!
A gente curte tão pouco a felicidade, e se entrega com paixão e dedicação as turbulências!
Sério.
Contabilize os minutos que você passa celebrando, e os minutos que você passa sofrendo, às vezes por questões nem tão sérias assim.
Parece que ser triste tá na moda...Ou sei lá o quê.
E parece que estar doente também. Ou estar infeliz, insatisfeito, chateado!
Sinto que a capacidade de superar tristezas toscas está fugindo da raça humana. Fugindo mesmo, tipo...de jatinho!
Aí a gente posta no Facebook:
"Estou triste. Pisei numa mosca."
Então, cinquenta pessoas decidem que você deve estar REALMENTE triste, elas aparecem pra comentar:
"Meus pêsames."
"Não fique assim, te amamos"
Ou:
"A vida às vezes é injusta."
Or somethig like that!
Até eu o faço. Ou fiz. Confesso!
Get over it!
Ou seja, a gente compactua na proliferação de alguns sentimentos que nem são reais!
A gente sente empatia porque outrem disse que ficou chateado por qualquer motivo besta.
A gente sente empatia porque fulano brigou com ciclano, por causa da cor da roupa de beltrano!
Não estou falando que as pessoas não podem demonstrar seus sentimentos, ou que eu não posso me compadecer de alguma tristeza, porque às vezes o sentimento é genuíno. Só digo que tudo tem limite. E nós queremos viver apregoando que somos livres, somos jovens, descolados e tal-tal-tal...Mas pra tudo tem limite sim, senhoras e senhores! Inclusive nossa capacidade de supostamente sentir!
O que rola na verdade, é...
O Excesso de sentimentos, só que superficiais.
Simples.
Sinto que estamos perdendo a coragem de dizer: "PARA de frescura!" ou " Ah vá plantar batatas!" ou "CRESÇA! PELAMORDEDEUS!"
E também estranho ABSURDAMENTE a necessidade que algumas pessoas têm de divulgar suas decepções e tristezas! Oh, please!
Já pensou em ligar para aquele teu amigo? Ou conversar com tua mãe? Ou com teu pai? Ou com o cachorro?
É terapêutico!
Nem que seja pra você discutir e extravasar...! (melhor não!)
Já pensou que determinados "problemas" no final, não mereciam nem cinco minutos de nossa atenção?
Já pensou que decepção é natural, e a gente quebra a cara todo dia?
Já pensou que tem gente que não merece nossa chateação, mas sim nossa revolta? Ou desprezo?
Já pensou que algumas discussões são desnecessárias, e não requerem que a gente "fique de mal" do outro? 
Já???
Eu já!
Na verdade eu me pego sentindo falta... 
Sinto falta da época que a tristeza era particular, real, e a superação era rápida!
Sinto falta de quando a gente divulgava a felicidade porque realmente éramos felizes, e não apenas porque queríamos mostrar que éramos, sem necessariamente sermos.
Sinto falta de quando as demonstrações de afeto eram privadas, silenciosas, porém verdadeiras!
Sinto falta de uma versão Thatá mais reservada...Porque agora muitas coisas não têm volta!

Nós já fomos mais saudáveis emocionalmente...Mais resistentes.
Mais independentes.
Menos "desesperados-por-atenção". Eu já fui!

Pense bem no poder que algumas atitudes têm, de tirar toda a graça de coisas tão verdadeiras que a vida oferece!
Mas pense mesmo.
Porque eu pensei.
E quando parei de divulgar meu mimimi, e parei de dar prosseguimento ao mimimi alheio, cheguei a conclusão com certeza que, a vida é legal.
Chatas são as pessoas!
E entre dizer que chorei por conta do corte de alguma árvore, eu ofereço ao mundo uma versão pateta de mim mesma!
E poupo a sociedade de um sentimentalismo barato!
Grata.

Tentativas...Tentativas...!

Beijos,
Thatá.
*empatia: capacidade se colocar no lugar do outro.
*cavucar: escavar, cutucar, desenterrar.
Hehehe!


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Relato Sobre a Vizinhança

Oi, minha gente!
Estamos todos bem neste início de primavera?
Ótimo.
Fiquei desocupada por uns dias, em casa, sem realizar absolutamente nada! Sinto-me meio envergonhada agora que confesso, mas enfim...O que está feito, está...I don't know...Feito.
Mas...Entre uns dias de ócio e outros...Decidia caminhar pelo bairro, até porque aqui onde moro, pra se conseguir um mercado é necessário uma caminhada de 10 minutos! Nada prático. Mas ok.
A verdade é que morei em outra cidade até meus 8 anos, numa avenida movimentadíssima, cheia de opções de lojas, e paraísos recheados de opções para gastarmos a mesada nos primeiros cinco minutos que pegávamos o dinheiro nas mãos. Eu adorava, mas morávamos de aluguel, então quando meu pai conseguiu comprar a casa, a alegria foi grande, e ninguém se importou muito de abandonar o bairro antigo!
Pois bem, acontece que estávamos acostumadas com o barulho da avenida...Do som dos carros ao burburinho de pessoas...
Então, foi meio chocante pra nos adaptarmos a um bairro de aposentados! Onde reina um silêncio sepulcral, a toda hora.
Sim...Meu bairro é o refúgio de "cidadãos sênior"! 
Pra todos os lados que você olhar encontrará um senhorzinho ou uma senhorinha, bem- aposentados, com suas casas meio grandes demais pra eles, aguando seus jardins ou lavando suas calçadas.
É claro que tinham umas crianças, mas as vizinhas da frente só queriam usufruir de nossas bicicletas, e os meninos, bem...Eram meninos.
E já que estamos falando deles...Numa de minhas andanças pelo bairro, eu avistei aquele mocinho, dos olhos verdes, cabelos loiros, que soltava pipa em frente de casa...Eu achava ele tão belo, mas tão belo...Imaginava que ele seria mais alto quando crescesse, e que seria doutor em alguma coisa...
Logo, quando o vi carregando galões de água pra cima e pra baixo, foi meio decepcionante...Mas não por isso, de repente ele esteja trabalhando pra pagar sua faculdade de doutor, né? Quem sabe...A questão é que ele "enfeiou", seus cabelos escureceram, e sua pele adquiriu uma tonalidade estranha...Quase cinza. Sinistro de se ver. Quase deprimente.
Puxa vida...
Continuei minha trajetória, passei pela farmácia e os mesmos balconistas estão lá, na mesma pose, com seus cotovelos apoiados no balcão...Ao lado tem o bar, e o mesmo senhor negro que se assentava a porta, no horário em que eu saia da escola, continua lá!
Alguns outros bêbados estão mais magros, meio indefinidos, quase sem saúde...
O bazar continua o mesmo, e parece que a dona, está sentada naquele banquinho há dez anos, só dizendo pra suas funcionárias irem lá, e pegarem uma caneta para o cliente e tals...
O senhorzinho solteirão, ainda cumprimenta todo mundo com a mesma veemência quase carência, te pega na conversa e fica difícil se desvincilhar (a vítima não era eu, só observei o fato de ter ido e voltado e o tiozinho ainda estar no mesmo lugar, proseando tranquilamente, enquanto a outra pessoa já se despedia pela trigésima vez!)
Tem a senhorinha que ainda cata latinhas, e diz bom dia de maneira tão feliz, mesmo sem os seus dentes!
Tinha a pracinha, que não está mais lá.
Tem a adega/mercearia e seus preços exorbitantes...
Tem os vizinhos mais conhecidos, tipo, direita-esquerda e início da rua. E tem os vizinhos que nunca sequer vi, se for um bandido invadindo suas residências ou se for o próprio proprietário, pra mim é exatamente a mesma coisa!
E tem a escola, a famigerada. Com seus matagais jardins, seus portões azuis, e a feira de quinta-feira, bem na entrada...E a gente meio que entrava na escola, pisando em restos de peixe e frutas, e legumes, e verduras...! Um charme.
Hoje precisei ir na UBS, e moça me perguntou: "Você mora neste bairro?"
Eu: "Sim."
E ela me deu aquele olhar de "não-tente-me-enganar-mocinha"...
Aí eu apresentei o documento e um comprovante de residência, né? Pra comprovar minha afirmação, e ela aceitou de bom grado.
As vezes me sinto meio "estrangeira" aqui, porque desde meus 16 anos, só vinha em casa pra dormir, jantar e almoçar de domingo...
E então, depois de poder retornar realmente e perambular pelo Jardim dos Campeões, percebi que minha vizinhança não é a do Chaves...
Mas dá pra sentir falta...! Sério mesmo.


E conforme tudo isso vinha a mente, senti uma imensa gratidão!!!
Porque mesmo que eu trabalhe oito horas por dia, e gaste as outras horas neste bairro apenas dormindo, é sensacional a ideia de saber que tenho pra onde voltar! 
Mesmo sabendo que moro por cima de uma antiga fazenda de formigas...Ou...
Mesmo não sabendo quem mora duas casas abaixo da minha!
Eu adoro o silêncio das ruas, e confesso que adoro dar bom dia aos velhinhos amigos de meus pais, por que não?
Só digo que, se nada desse certo e eu me tornasse vereadora, defenderia meu bairro com amor! (até a política tentar me estragar, mas aí é outra história! Hahahahha!)

Beijos,
Thatá.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Relato Sobre Ansiedade (disfarçada, ou não).

Sempre me considerei uma pessoa paciente, sério. Ou não-ansiosa.
Você raramente me verá batendo o pé incessantemente numa fila, ou olhando no relógio de cinco em cinco minutos, ou roendo as unhas, ou com qualquer outro 'tique' do gênero.
Também não me verá andando de um lado para outro, ou demonstrando inquietude. Não sei porque, mas parece que me treinei muito bem neste sentido, e deu certo.
Então, por conta disso ou daquilo, as pessoas ao redor também associam minha imagem a de alguém extremamente paciente e controlado (já me disseram, VÁRIAS vezes, não estou inventando! ;) )...Logo, acabei me convencendo mais ainda. 
Tem gente que admira. 
Não é o caso da minha mãe. Hahahaha!
Ela não se conforma com o fato de eu não DEMONSTRAR preocupação, ou não aparentar estar transtornada com os acontecimentos da vida, ela simplesmente não se conforma.
Porém deixe-me dizer-lhes claramente, e generalizo: o fato da pessoa não demonstrar ANSIEDADE, não a torna menos ANSIOSA!
Entendeu?
Estou ciente, assim como todo o planeta Terra, que a Ansiedade tem alguns sinais aparentes, e não estou falando da angústia ou algo profundo assim, estou falando do ato de roer as unhas, ou coçar o queixo, ou piscar mais vezes que o natural...Estes sinais, que qualquer leigo identifica. 
Entretanto, como sou MUITO FÃ dos engenhos da mente, passei a reparar o seguinte: meu consciente, a partir de algum esforço, consegue camuflar muito bem minhas reações ansiosas...Já o meu subconsciente...Quando menos espero, debulha tudo aquilo que o consciente tentou esconder, por exemplo:
-estava esperando uma resposta referente a um emprego, e a cada pergunta que me faziam, respondia de maneira muito controlada e até segura, mas na hora dos meus sonhos, a ansiedade mesmo apareceu...Tudo acontecia muito rápido (neste sonho), mas ficava claro pra mim, que pra que fosse possível eu garantir a vaga, teria que fazer uma performance de dança de uma música bem "requebrante" á lá Beyoncé. Puxa vida, QUE PAVOR! Acordei suando, acreditando piamente que não conseguiria de jeito nenhum, porque não sei dançar, claramente!!! Aí então, depois que a gente acorda de vez, percebe que não tem nada a ver, principalmente porque a área que eu atuaria seria da saúde, não envolve nenhum talento artístico...!
Deixa eu te explicar o que aconteceu:
Em minha ansiedade, com vários pensamentos naturais que surgem nos momentos que antecedem qualquer resposta, o medo de algo que REALMENTE não sei fazer, tomou a frente de qualquer ideia sensata!
(explicação LEIGA!)
Viu?
É natural sentirmos ansiedade, e ninguém está imune a isto, não se deixem enganar. O subconsciente uma hora te pega de jeito e mostra tudo o que está acontecendo de verdade, seja através de sonhos, seja através de queda do cabelo (isso acontece), seja fazendo você emagrecer demais ou engordar demais, ou fazendo com que reações fisiológicas surjam maximizadas ou minimizadas (isto não é bom!).
Portanto, enquanto temos condições de amenizar alguns pensamentos, ótimo! Façamos. Mas, se percebermos que as coisas fogem do nosso controle, talvez seja o caso de procurar ajuda médica!
Esconder a ansiedade, não faz com que ela vá embora, e neste mundo contemporâneo, vivemos ansiosos a maior parte do tempo, enfrentamos brigas ferrenhas entre a PACIÊNCIA e a ANSIEDADE. Porque a gente quer tudo aqui-e-agora, e as coisas nos dizem "se quiser, vai ter que esperar".

É basicamente IMPOSSÍVEL viver sem a ânsia de conseguirmos ou não conseguirmos, e só o pensamento positivo, também não adianta...
Então, antes de chegarmos ao ponto de precisar de terapia, a gente pode mudar alguns hábitos, inclusive alimentares. Já ouviu falar que frutas cítricas, leite, ovos e chocolate, dão uma diminuída na ansiedade? Pois é.
Lembro que tinha um professor de história que criticava um trecho da bíblia, que diz o seguinte: 

"Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?" Mateus 6:25 (pra ler o contexto, clique aqui ).

Ele costumava dizer que a igreja usou este dito, pra incentivar o povo a não prosperar, ele entendia que o versículo dizia que a sociedade não precisa trabalhar, ou se estressar com este tipo de coisa, Deus dava tudo e pronto.
Mas não é assim que entendo...Quando leio esta parte, interpreto claramente como um conselho pra vida toda, mais ou menos assim:

" Mesmo que você se "estribuche" em ansiedade e trabalho duro, a vida vai tomar o rumo que ela bem entender...Então você vai olhar pra trás e perceber que não precisava de tudo isso. PEGA LEVE (mas não relaxa)! Pega leve..."

O que nos torna ainda mais ansiosos que o normal, é a necessidade de controlarmos tudo a nossa volta, todos os resultados, sem exceção. 
E a vida não funciona desta forma amiguinhos...E muito menos na hora e/ou velocidade que a gente quer.

Quando perceber que está surtando, mude alguns hábitos, ingira menos cafeína, durma mais, converse mais, se distraia e coma um chocolate...Agora se a gente começar a perceber que a única coisa que nos sossega é o chocolate, talvez seja hora de medidas mais drásticas...
E ninguém nunca está REALMENTE disposto a isto. Né?

Então, tá.
Beijos,
Thatá.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Relato Sobre os 5 Sentidos e Nossas Memórias

Minha mãe estava ali no sofá. Aí, como eu já estava pensando nisso, decidi perguntar, qual sensação fazia com que ela se lembrasse de algo realmente bom?
Um cheiro? Uma música? Algo assim...
Me surpreendi com a resposta:
"Quando os dias estão bem ensolarados e me sento aqui neste sofá próximo a janela, conforme o sol bate em minhas costas, recordo dos dias em que a vó vinha visitar- bem cansada de ter caminhado um pouquinho no calor para chegar aqui em casa- e jogava a bolsinha dela pra um lado, e se esparramava neste sofá! Eu ficava deitada no outro, com as pernas penduradas por cima do encosto, e conversávamos a tarde inteira, ríamos tanto...Eu sempre me lembro."
Não pude deixar de notar a saudade que estava claramente ali, mas também notei a alegria da lembrança de um momento feliz.
E é engraçado,ou no mínimo fenomenal, a forma com que nosso cérebro funciona, e todos os nossos cinco sentidos são completamente interligados a ele (como você já deve saber).
Então temos: TATO, VISÃO, AUDIÇÃO, OLFATO e PALADAR, que além de contribuírem efetivamente com a nossa sobrevivência, têm este incrível poder de ATIVAR nossa memória.
Nós, seres humanos somos tão milimetricamente bem elaborados, que todos os dias que me disponho a pensar por cinco minutos que seja, fico fascinada.
Pois bem...
Nossa vida é assim. Cheia de odores. Cheia de cores.Cheia de sons. Cheia de sabores.
Perfumes diversos...Paisagens diversas...Ruídos diversos...
Não importa de onde venham,  todas essas sensações sejam boas ou ruins, deixam alguma espécie de marca em nosso subconsciente, que nos faz desejar revivê-las ou não.
Por exemplo, meus cabelos são bem crespos- hoje em dia considero-os penteáveis- mas já passei por umas fases sombrias na infância. Era mais ou menos assim: passávamos 2 ou 3 dias com o mesmo penteado, só dando aquela enganada por cima, até o dia em que lavávamos novamente, este era o dia de desembaraçar.
Puuuuuxa, como eu sofria, não é exagero, e eu era criança, logo...Então, quando entrávamos no chuveiro e usávamos aquele Shampoo Palmolive Anticaspa Clássico, podia se preparar emocionalmente, porque os próximos minutos após o banho, mesmo com o auxílio do Yamasterol, seriam dolorosos.
Então, vou confessar, quando meu pai compra este shampoo, e sinto o cheiro no banheiro, até hoje tenho esta sensação terrível que é dia de desembaraçar os cabelos, mesmo o cheiro do bendito sendo sensacional e mesmo sabendo que tudo mudou! Hahahaha!
Também, TODAS AS VEZES que ouço qualquer música de AXÉ, tipo aquelas Harmonia do Samba, me lembro da escola, do ensino fundamental ao médio, AXÉ era o ritmo quente do momento, e basicamente todas as meninas sabiam as músicas ou curtiam muito o Xandy, que na época era o esteriótipo da "belezura", até pra mim, confesso. Nunca gostei do ritmo ou das letras das músicas, que sempre envolviam "requebrar até o chão", ou algo muito além do poder de sedução de crianças de 10 anos...Mas me recordo das festas do tipo "Agita Galera" que eu só aparecia pra olhar tudo, criticar, e ficar sentada com meu copo de refrigerante com as amigas "não-dançarinas"...No entanto é inevitável, é só ouvir o tal do AXÉ, que logo me vejo nos corredores da escola, sendo feliz porque era NERD e me deprimindo porque as meninas tinham uma mente muito mais avançada do que eu no assunto "romance".
Lembro-me de dias felizes, em que eu e minhas irmãs "reinávamos absolutas" nos corredores da COOP (supermercado), todas as vezes que como/sinto o sabor de rocambole (faz tempo...)...Meu pai nos convidava pra participarmos do dia da despesa pra casa, e a gente ia. Pegávamos um carrinho, e lotávamos de miojo...Sério! Lembro de uma vez em que colocamos 30 miojos em um carrinho só, e meu pai só faltou morrer do coração, também me lembro que os dias de despesa, eram aqueles em que teríamos danones, rosbife, biscoito recheado e as latinhas de refrigerante pra levarmos pra escola...Então ao final, empacotávamos todas as compras, jogávamos no porta-malas e seguíamos pra casa, felizes...Porém no meio do caminho, decidíamos que estávamos famintas e não podíamos mais esperar, então a gente se juntava, e enquanto meu pai dirigia, revirávamos tooooooodas as sacolas, até encontrarmos os rocamboles (que já vinham com a faquinha), e devorávamos tudo, antes de chegar em casa e fazer a oração de agradecimento! Hahahahha, que delícia!
E assim segue, todas as vezes que vejo uma tarde de domingo nublada, me lembro que estes eram os dias que decidíamos que TÍNHAMOS que andar de bicicleta...Hahahhaha. Todas as vezes que minhas mãos se sujam de terra, aquela textura, me leva de volta à 2006 quando comecei a trabalhar em uma floricultura, e revirava a terra pra dar uma afofada pras raízes das plantas "respirarem", lembro da euforia do primeiro salário, lembro das plantinhas que "matei" sem querer...Se piso em terrenos muito arenosos e úmidos, me lembro quando o Sr. Uilson AKA Velhinho levou eu e minhas irmãs à praia, num dia extremamente frio, só pra gente observar o mar de longe...E eu ainda recordo. Meu tato faz com que eu recorde!
Working hard!


E tudo isso é fascinante, pelo menos eu acho.
Posso imaginar a dificuldade que alguém pode ter, quando um destes cinco sentidos é prejudicado...E certas sensações não podem ser mais "sentidas".
A vantagem de tudo isso é que, fomos tão bem criados, que estes sentidos se adaptam, se completam ou se compensam...
Por exemplo, cheiros lembram sabores, ruídos lembram visões, o tato também lembra visões e nos faz ter consciência que algo está frio demais, quente demais, e talvez não seja aconselhável se aproximar e coisa e tal...Assim sucessivamente!
Algumas coisas preferiríamos não lembrar, alguns dias...Algumas pessoas... Mas não é desta forma que a vida funciona...
Na verdade o que importa é a sensação de podermos nos recordar de várias situações, sem necessariamente mantermos um diário detalhado, já que o cérebro se encarrega disto.
No meio de tanta boa lembrança, sempre há espaço pra algum momento desagradável, por mais que queiramos evitar...
Então, eu fico grata. Porque todos os meus sentidos são aguçados suficiente para ativar algum porão empoeirado da mente...Já pensou quanta gente gostaria de ver pra lembrar e não pode? Ou apalpar e não pode? Ou sentir o sabor e não pode? Ou ouvir aquela música tão marcante, e não pode?
Pois bem!
Não me importo de sentir alguns aromas que trazem de volta a memória, momentos ou pessoas desagradáveis...Também não me importo de ouvir músicas e lembrar de tempos tristes...
Quero apenas que meus neurônios façam sua parte, e deixem que eu decida o que fazer com tudo o que está arquivado na massa cinzenta, que hora ou outra vem à tona...!
Simples, assim!
E se de repente eu puder fazer com que alguém se lembre de mim, que seja pelo doce som de alguma voz, ou pelo perfume cítrico agradável e marcante, ou até pela visão de alguém exemplar...
Pronto!
Que tudo funcione engenhosamente como tem que funcionar, e que as melhores lembranças se sobreponham as que não são tão legais assim!

Beijos na bochecha.
Thatá

Trilha sonora, sem muita relação, só pra você lembrar do POST toda vez que ouvir! Hehehe!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Relato sobre Setembro, mês primaveril e coisa e tal

Oi minha gente...! Esses dias tentei aparecer por aqui e problemas técnicos me impediram, técnicos mesmo...O bendito computador que me odeia. Mas superei. E cá estou.

Devo dizer que me sinto empolgada com a chegada de SETEMBRO, eu gosto muito de inverno, mas agosto (como sempre) foi tão estranho, que passei a desejar ardentemente que o mês mudasse, só pra ter a sensação de algo estaria diferente!
Soa deprimente, eu sei! Hahahha!
Mas...Este mês de primavera começou em grande estilo...Sol raiando, tempo bom...E até eu que gosto do frio me animei. Apesar que, São Paulo é meio "indeciso", não adianta nos apegarmos a estações, aqui todas elas ocorrem num mesmo dia! Por exemplo, o sol de ontem, hoje nem se deu ao trabalho de aparecer, deixando a chuva tomar seu lugar e instalar aquele caos característico de dias chuvosos.


Enfim...
Acho que comecei muito bem este mês, tendo em vista o desempenho meio lento de meses anteriores!
Decidi ler 2 livros ao mesmo tempo, matei a saudade de alguns amigos e estou me empenhando mais, em absolutamente tudo! Redescobri o Kiwi, siiiiim, a fruta, e o brócolis, porém...
Em menos de três dias recuperei alguns vícios que não são saudáveis, como consumir aquele pão-de-queijo viciante que vende em terminais de ônibus, e comer Trakinas no café-da-manhã, da tarde e da noite.
Setembro é aquele mês que as pessoas já começam a idealizar o que farão com o décimo terceiro salário...Outras pessoas decidem plantar uma muda de qualquer coisa, já que esta é a época de florescer coisa e tal...E outras pessoas só aguardam...Seja lá o que for.
Eu aguardo. Guinadas em minha vida profissional, espiritual e sentimental. Da mesma forma que fiz em agosto, a diferença é que muitas coisas já foram mudadas...E agora falta menos ainda pra realizar seja lá o que for, em qualquer lugar que eu queira!
Viverei dias mais empolgantes, mais musicais e mais amigáveis!

*Pois bem, pra quem reclamou que agosto demorou a se acabar, observe setembro passar voando e seja feliz!!!

Este post tem trilha sonora do Michael Bublé- pseudo-voz-de-negão...Com essa pegada sensacional, numa música tão boa (se liga no instrumental!!!)!


Beijos, e feliz Setembro!
Thatá.

obs: a página do blog no Facebook está crescendo, eeeba!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Relato Simples sobre Deduzir ou Conhecer

O exterior é assim mesmo, negro, parcialmente desbotado, cabelos crespos em um falso chanel. Um metro e setenta e poucos, ligeiramente acima do peso recomendado. 
Os óculos meio na ponta do nariz...As sobrancelhas arqueadas, um olhar inquiridor.
"Pessoa séria demais!" "Fechada demais!" "Calada demais!"- alguém logo pensa.  Pensa ao meu respeito!!!
E não consigo me conformar quando dizem isso!
Sempre me considerei uma pessoa "do povo", até porque sou. Tenho facilidade em fazer amizades...Converso com quem se habilita...E as vezes me habilito a conversar. Dou continuidade as lamúrias sobre o tempo com qualquer indivíduo, rio das piadas que me contam, sou simpática com quem é antipático...Talvez me policie vez ou outra, porque nem sempre meus pensamentos são lineares...E não quero assustar ninguém.
Também não quero desmentir quem me considera séria demais. Sou observadora. E isso exige minha completa concentração...Por isso as sobrancelhas arqueiam...Só por isso.
Fico pensando a quantidade de pessoas que se afastou de mim por conta do meu olhar "sério". Também fico imaginando as pessoas que desistiram de puxar assunto porque eu provavelmente não riria de suas piadas, ou não seria muito amigável.
Digo de antemão: "Você perdeu, meu bem!"


A gente tem essa mania de se apegar a primeira impressão, a aparência...A gente olha, deduz. E pronto.
(percebeu que estou me incluindo nesta, né?)
O que falta? Falta COMUNICAÇÃO, primeiramente. E falta CONVIVÊNCIA, 'segundamente'.
O mundo tá meio entupido de relacionamentos superficiais, sabe? Regados de "Ois e Tudo bem?" polidos e sem significado...Regados de elogios exacerbados e não muito verdadeiros.
Acho que temos tanta oportunidade de conhecermos uns aos outros de maneira legal mesmo, mas SOBRA desinteresse...
Aquela história do "bom-papo" anda sumida...Mesmo que o conceito de papo bom, seja relativo. Em minha opinião não envolve apenas política, ou a queda do dólar...Porque esse tipo de assunto, é útil, mas não nos aproxima profundamente, sabe?
Podemos estreitar nossas relações conversando sobre bicicletas ou vida em Marte...
Não precisa fingir ter uma certa cultura, pra impressionar alguém. E nem sempre um bom vinho é requerido...
Às vezes o que falta é o bafo de cebola da pizza de calabresa, ou o arroto de Coca-Cola, ou comer aquela coxa de frango com a mão mesmo, na frente uns dos outros sem vergonha... Pra mudarmos a ideia que tínhamos a respeito de fulano ou ciclano, pra gente se interessar pela HUMANIDADE que todo mundo apresenta.
Você conhece muito mais um indivíduo por meio de pequenas coisas (e mais conversas) do que pelo que ele aparenta...Mesmo que você seja um traçador de perfis do FBI.
Nossa vida não pode se basear em DEDUÇÃO...Isso só funciona em The Mentalist...
Acho que ele diria...Acho que ele faria...Acho que ela fez por conta disso...Acho que ele desfez por conta daquilo...
Porque enquanto deduzimos, não estamos necessariamente nos importando de fato com os outros...E este mundo louco precisa de mais pessoas que se importem...Que se interessem pelo "além da carcaça"...Que enxerguem através da seriedade velada, que se investigar bem, nem existe.
Não significa que tenho que aprofundar meu relacionamento com aquela pessoa que só queria mesmo reclamar do tempo...Não significa que tenho que partilhar detalhes íntimos com desconhecidos que só verei uma vez.

O que eu preciso mesmo, é me interessar por aqueles que me rodeiam, e eu conheço tão pouco. Preciso chamá-los para algum programa baratinho que envolva comilança e uma roda de amigos...
Preciso conviver com suas qualidades e defeitos...Aí sim estarei apto(a) a formar minhas opiniões...Correndo o risco de estar errado(a) da mesma forma.

Pois bem...Não se impressione apenas por aquilo que fulano aparenta...Procure conhecê-lo...Depois, se você descobrir que a pessoa é desagradável mesmo...Aí não te culpo...Mas até então...
Paremos de deduzir, achar que, e blábláblá...
Tem gente que merece mais!
E tu só vai saber se deduzir menos...E interagir mais!

Beijos, dispostos a colocar em prática este POST!
Thatá

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Relato sobre Jovens Negras, seus Cabelos Crespos e suas Opiniões!

Oi minha gente, tudo bem???
Bom...Muito bom.
Hoje acordei disposta a fazer este post que já havia planejado por alguns dias.
Primeiramente, sou jovem, negra, e tento manter minha mente aberta pra alguns assuntos, inclusive no que se refere a raça...Sei pouco, bem menos do que deveria e/ou gostaria...
Mas por fazer parte, me sinto no direito de expor meus pensamentos...Não sou militante, admiro quem o é, e defende sua causa com bases sérias e etc...É o caso de um blog que conheci um dia desses, fiquei admirada com a posição determinada das blogueiras, com a convicção com que defendem suas ideias, são mulheres negras, inteligentes e que em algum momento da vida já enfrentaram preconceito por serem quem são.
Li alguns de seus textos, e muitos deles sugerem a aceitação do cabelo crespo, sugerem assumir a "crespura" que a gente tem, honrar a raça e coisa e tal.
Eu aliso meus cabelos, por muito tempo, muito tempo mesmo, eu era pequenininha, tipo uns 8 ou 9 anos quando comecei! E nunca, jamais me passou pela cabeça que ao fazê-lo estaria negando quem sou, ou tentando me "esbranquiçar" ou "enbranquecer".
Mas vi ideias bem extremas com relação a isso pela internet, então decidi perguntar para minhas amigas, jovens, negras, lindas e inteligentes, o que ELAS pensavam deste assunto...Já que cada qual possui seu próprio estilo...E este é um assunto sério, a ser discutido.
Elaborei algumas perguntinhas básicas, e pedi que respondessem a vontade, com suas verdadeiras opiniões, são cinco questões, e seis participantes sensacionais!
(pode ser que o post tenha ficado meio extenso, mas as respostas são bem dinâmicas...! Vale a pena!)
Questões:
1. Você já enfrentou preconceito na infância, pelo fato de ser negra? Já criticaram a forma com que você usava o cabelo, ou sua textura?
2. Algumas dessas situações de infância influenciaram no modo como você trata teu cabelo atualmente? Já usou química? Alongamento?
3. Essas situações influenciaram no modo com que você enxerga a raça negra, tua raça, agora?
4. Qual a sua opinião sobre meninas/ moças/ mulheres de raça negra que costumam fazer chapinha, progressivas e afins? Você acha que ao fazê-los, traem suas raças? (Pode se empolgar pra responder essa questão número 4!)
5. Algum conselho profundo pra nossa geração, como jovens negras que somos? (vale frase inspiradora, também!)
RESPOSTAS:
Darla Djulian, 23 anos, Cantora.


"1. Simmm, sofri bastante. Chegava em casa chorando por ser negra de cabelo duro- piadinhas de colegas de escola - eu usava trança era diferente das outras crianças.
2. Bomm!! em uma época sim, fiz progressiva porque todo mundo falava que liso era melhor e tals, vários relaxamentos pra ver se o cabelo ficava liso, como todo mundo, achava que liso era sinônimo de beleza.
3. Hoje eu enxergo de outra maneira a raça negra, vejo que temos nosso estilo, diferente! Hoje não só negros, mas brancos estãoo adquirindo black power, os cachos, turbantes e assim vai...
4. Têm garotas que gostam de cabelo lisooo, lambido, kkkkk! Mas mano!! Têm outras que usam só porque acham que não vão ser aceitas pela sociedade; o que importa se vc sentir bem com seu estilo de cabelo? Pára de ficar colocando moral nesse povo que se mete com teu mega hair, (kkk) temos que ser nós mesmas! Bommmm sou chegada em "negos" e, hoje até eles gostam mais das "negas" que se assumem...Com seus cabelos duros, cacheados, com mega hair...
5. Como mulheres negras, devemos ser nós mesmas, sem sermos influenciadas! Todos nóss temos nosso jeito, estilo, modo de falar e assim vai..,O importante é nos aceitarmos do jeito que somos, seja você, mesmo que todos digam que nao gostam, olhe no espelho e veja: 'estou bem gata, maravilhosa"...E sai arrasando com seu cabelo sua cor e seu sorriso..."

Sarah, 24 anos, Publicitária


"1. Ah, tipo assim, de vez em quando, via que algumas pessoas olhavam torto pra mim na infância/adolescência, aí não sei se é porque sou negra ou porque meu cabelo era duro. Então fica no ar essa pergunta! Eu fazia relaxamento no cabelo e ainda deixava-o lotado de creme. Não saía de casa sem molhar o cabelo. Pra mim, sair de cabelo seco era como se não tivesse tomado banho. É claro que eu recebia críticas... Elogios também (elogios falsos estragam as pessoas, então acho que foi por isso que demorei mais pra mudar o visual).
2. Então, acho que a pergunta anterior responde um pouco. Pelo fato de ter o cabelo um tanto armado, comecei a fazer relaxamento. Resolveu o problema do efeito armado, mas a questão de “ficar mais bonito” não resolveu tanto. Anos depois, entrei na faculdade... O pessoal sempre dizia que meu cabelo ficaria muito legal se eu assumisse o afro! Fiquei um tanto com receio, porque achava bonito em algumas mulheres negras da TV, mas não sabia que se combinaria com meu estilo. Relutei um pouco, e uns 3 anos depois, cortei bem curto e comecei a assumir aos poucos. Foi uma mudança radical, mas recebi muitos elogios. Quando fiz luzes e inovei ainda mais, os elogios redobraram! Acho que posso dizer que me encontrei. Só fico imaginando como é ficar velha e com cabelo armado. Será que fica legal?
3. Situações como preconceito e até mesmo a influência da mídia, fazem com que as mulheres optem por usar progressivas, chapinhas e afins. Tudo isso muda muito a forma como nós mesmas nos enxergamos, acho que a visão de beleza foi deturpada por conta disso. 
4. Antigamente, ter cabelo armado era sinônimo de relaxo. Hoje em dia, é cool, é style, é motivo para dar inveja em qualquer pessoa. Então, não há porque continuar se escondendo atrás de tanto tratamento, chapinhas, progressivas etc pra ficar bonita. Dá pra assumir e ser feliz numa boa. Só se o cabelo for daqueles que parecem um bombrilzinho, aí a química está liberada HAHAHAH.
5. Negada, nós temos o poder na cor, na voz (eu não tenho, só na risada mesmo), nas atitudes, estilos... Vamos explorar isso ainda mais, vamos no arrumar ainda mais e parar de achar que as loiras são melhores que nós. Somos todas iguais, mas muitas vezes nos colocamos um pouco lá embaixo, sem querer."
Denise, 25 anos, Analista Administrativa
"1. Pra falar a verdade, de vez em quando ouvia um “neguinha do cabelo duro” aqui ou ali, mas, nunca sofri preconceito por ser negra. Pelo menos nunca falaram na minha cara, mas algumas vezes algumas brincadeiras veladas davam a entender o racismo.
2. Ah, claro que sim! Mas nada que fizesse eu me sentir inferior... nunca! Eu sempre quis ter um cabelo que pudesse usar um rabo de cavalo e ele ficasse se mexendo, ou poder usar solto todo molhado e enroladinho... tudo isso influencia, claro! Uma vez minha tia chegou em casa com o cabelo (que era tuím de verdade!) alisado! Ficou lindo! Aí percebi que tinha jeito pro meu dilema! Hahaha! Foi aí que minha mãe começou a usar “Tóin” (creme de permanente afro) no meu cabelo e das minhas irmãs; mas por medo de sermos alérgicas, ela acabava passando bem pouco. O suficiente para deixar penteável (segundo ela). Mas não dava nem pra deixar solto, porque ficava uma vassoura! Uma vassoura penteável!
3. Não... muito pelo contrário! Isso me faz ter um orgulho danado da raça que eu sou! Até porque, na minha opinião, somos a única raça que dá pra alisar, enrolar, espichar, escovar o cabelo e se quiser, é só cortar tudo que ele nasce todo crespo de novo, não é uma maravilha? Hahahah! Acho muito legal ver diversas mulheres negras e cada uma com seu estilo e modos de usar o cabelo que se tornam únicos e mesmo que outras pessoas usem, acabam ficando diferentes. A mescla de opções é muito grande.
4. O quê? LÓGICO QUE NÃO! Tá me zoando? Se fosse assim, eu tava frita, porque faço tudo isso aí... chapinha, escova, aliso, relaxo e o escambau! Como assim? Quer dizer que se você alisa o cabelo você tá traindo a raça? Quem disse isso? Só eu sei o quanto custa deixar o cabelo arrumado, não importa a forma. Até porque o cabelo crespo requer cuidados! E não é porque eu aliso, que traio minha raça! Minha cor de pele expressa isso muito bem! E não é porque sou negra que tenho que ficar por aí andando com o cabelo crespo sendo que tenho a opção de “facilitar o pentear”! Acho lindo quem deixa o cabelo crespo, ao natural... e cuida!
5. Uma frase inspiradora? Ah... seja você mesma! Não se inspire em modinhas... arrume o seu cabelo da forma que você se sinta confortável. Sei que contradisse o que disse na pergunta anterior mas, é a minha opinião.
Mas esse conselho é o que vai valer pra você! Tenha sua personalidade e use o seu cabelo da forma que achar melhor! Esse fator de alisar é trair a raça não está com nada! Isso sim é que é racismo! A vantagem do cabelo crespo é essa: não gostou do alisamento/relaxamento/aplique? É só deixar crespo de novo! E cuidar, obviamente!"
Cinthya, 24 anos, Jornalista


"1. Se já? Orraaaa!!! No jardim de infância quando tinha festa junina as crianças escolhiam seus pares e sempre sobravam eu e mais duas crianças na sala, e advinha, os únicos negrinhos da sala. Os meninos me chamavam de pompom ou de bombril, e isto foi até uma parte de minha adolescência. Uma vez bagunçaram meu cabelo na sala de aula na frente de todos e comecei a chorar. As meninas viviam perguntando porque eu não soltava o cabelo e se achavam melhores do que eu só pelo fato de terem cabelo liso. Como eu era bocó naquela época não falava nada. Mas hoje eu diria: Sou negra e meu cabelo é bombril sim, e daí? Algum preconceito? Vou te denunciar por racismo!!! Rs...
2. Sim! Sempre influenciou! Por mais que hoje em dia as coisas mudaram, não consigo usar meu cabelo natural por muito tempo. Acostumei com ele escovado! Embora não me importe mais, antes eu tentava esconder que ele era crespo (Como se isto fosse possível), mas hoje em dia uso escovado porque gosto mesmo. 
3. Não! Confesso que quando era criança, achava que as meninas branquinhas eram melhores e não gostava muito de pretinhos. Mas eu amo a minha cor, acho lindo homens negros e por aí vai! kkk
4. Normal! Eu sou meio do contra neste quesito, tem uma negada aí que acho que gosta de se aparecer e usa black power só para pagar de estilosa, não todas, mas tem muita nega besta que fica postando “Em terra de chapinha, quem tem cachos é rainha”, eu acho que cada um usa o cabelo do jeito que quiser... rsrsrs... Falou a revoltada agora!
5. Seja sempre você e nunca tenha vergonha de quem é... As pessoas que são racistas são ignorantes e a vida é uma roda gigante, todas aquelas meninas e meninos que me zoavam na época de escola hoje estão todos feios e gordos... hahaha... Zoeira! Assim como todas as outras raças, merecemos respeito. Devemos assumir quem somos e impor respeito, independente de tudo! Ame-se, Cuide-se, cada um tem uma beleza diferente, independente da cor ou se o cabelo é crespo ou liso."
Pâmela, 19 anos,  Não estou a fim de identificar
"1. Sim já ... Olharam com cara feia .. Perguntaram pra minha mãe "porque o cabelo dela não é normal igual o meu?". Mas a vez que mais me marcou foi na 2º série do fundamental, eu estava com o cabelo cheio de trancinhas, aí um moleque me chamou de Medusa! Falou que eu era igualzinha... até a cor dela meio suja... Me atormentou ..Fomos parar na diretoria e ele levou advertência porque estava fazendo piada comigo. 
2. Já criticaram falando: "ah faz progressiva... Permanente...Relaxamento...". Se eu usava chapinha, falavam que era melhor não porque acaba com o cabelo... se eu usava cachos, falavam que não porque gasta muito e cachos são muito trabalhosos, se eu uso alongamento falam que é estranho porque é um cabelo preso no seu, e perguntam se eu lavo (claro que lavo é normal como qualquer cabelo) sabe? (e dizendo indiscretamente que não aprovavam.) Na infância não entendia porque várias meninas tinham o cabelo liso que nem conseguiam usar presilhas e o meu ficava praticamente preso sozinho (hsauhuas) e elas queriam ter um igual ao meu...Eu só falava “não reclama de ter cabelo liso, você pelo menos não sofre pra pentear e não fica com os olhos puxados por causa das tranças!“ Isso influenciou no modo de tratar meu cabelo me preocupava mais... Usei química várias vezes, relaxamentos...progressiva, mas não curtia... me ENCONTREI no aplique, alongamentos ...Cara, a melhor coisa que me aconteceu!
3. Sim...Mostram que, independentemente do que você faça no seu cabelo uma coisa é clara, se seu cabelo é de negra...difícil de lidar (kkk) filha, ele sempre será assim na Raiz (uhuahsuhasha). E sem dúvida chamamos atenção por usarmos cabelos diferentes ... Hoje vejo a raca negra como um referencial e até entendi o que várias gurias me falavam na escola “aiii queria ter o cabelo igual ao seu”, ter um cabelo de negra é difícil mas, cara nós podemos variar pra caramba!
4. Bom não acho isso uma traição...Minha mãe me falava isso, que eu tinha que ousar porque sou negra e tinha que assumir minha cor, mas eu particularmente discordo! Penso que ser negra está no sangue, e cara seu cabelo é um acessório pra mostrar sua negritude... E cada mulher sabe qual com qual cabelo se sente melhor...!
5. Seja você mesma... De chapinha. De cachos ..Careca... Com black power seja o que for, mas mostre sua essência. Até porque, antes do nosso cabelo vem a nossa cor...Vamos honrar a nossa raça linda...Cobiçada... E única!"
Deise, 25 anos, Assistente de RH
"1. Sim. Musiquinhas como “nega do cabelo duro...”, hunf! Eu me sentia feia (não que eu seja bonita agora, mas... enfim!)  Se já criticaram a forma que e usava, não tenho conhecimento ou não me lembro.
2. Creio que sim. Sem contar o terror de usar o TEMIDO Yamasterol... tenho calafrios só de pensar. Já alisei e relaxei, somente.
3. Não. Eu tenho orgulho de ser negra! Eu considero as pessoas negras como fonte de inspiração para muitas coisas no mundo... música, moda, estética... Somos adaptáveis à qualquer situação, em qualquer ambiente... moldamos à nossas necessidades. Resumindo: SOMOS DEMAIS!!! (a convencida... kk)
4. Eu sou uma das moças que usam chapinha, progressiva e afins.. então só posso falar por mim: eu utilizo porque não consigo cuidar do meu cabelo crespo (e não tenho paciência, também! HAJA YAMASTEROL... BRR). Eu me sinto mais bonita. Não penso que estou ‘traindo a raça’...Eu admiro as meninas que decidiram utilizar o cabelo crespo, não acho nada ‘original’... acho lindo, mas não tenho coragem de utilizar o meu assim. É uma questão de escolha.
5. Ai gente, nós somos demais! Somos LINDAS e fazemos parte da única raça que pode diversificar a ‘juba’ e ainda assim permanecermos originais. Como disse anteriormente, somos adaptáveis! Use o cabelo da forma que você quiser (HIDRATADO PELOAMORDEDEUS!!!), use a maquiagem que você quiser (você vai arrasar do mesmo jeito, pinta a boca de azul e ainda assim... DIVA!!!).Enfim... sejam originais! Do seu jeito... continue linda e DIVA!!!"

Ufa!
E eu? Eu já fui chamada de macacona, já riram das minhas trancinhas, e já ficaram sem-graça em minha presença porque fizeram uma "piadinha de negro" e eu estava lá, olhando pra eles com olhar assassino!
Eu aliso meu cabelo sim! E não aliso pela praticidade, não aliso porque a mídia me disse que deveria ser assim, hoje em dia, aliso porque quero...E acho desnecessário procurar justificativas pra uma decisão tão pessoal...
Teu cabelo na verdade, só ESTÁ ali, pode ser que um dia ele caia, ou você decida usar perucas...Mas tua raça NÃO VAI EMBORA! Não importam quantas químicas você utilizar, teu cabelo será crespo, e pronto, talvez um pouquinho "maquiado", mas crespo!
E vão me desculpar, mas não é porque esta história de "assumir" está meio na moda, que significa que quem "assumiu" valoriza de fato sua raça...Sua labuta e suas conquistas!
Como as meninas disseram acima, se aceitar como realmente é, e gostar do jeito com que você se vê no espelho são fundamentais...Ninguém precisa se deprimir porque não pode mais fazer isso ou aquilo.
O que te torna NEGRA, é a coragem de enfrentar um mundo racista todo santo dia, e no fundo, no fundo, se nós não impormos respeito com nossas atitudes, não há "pose de negão" que nos salve, amores. Sério mesmo!
Pois então, o objetivo deste post era exatamente este, apresentar as opiniões de quem sente na pele a responsabilidade de ser da raça negra, não importa quantos anos você tem, não importa se você já passou por mais experiências ou menos experiências...! Valorizar suas raízes é importante...Eu deveria valorizar mais...
Mas a "história do cabelo" paira num contexto muito mais profundo...
E se ninguém nunca compartilhou experiências com você, aproveite essas, e pese tudo! Crie tuas próprias opiniões...Porque se você não procurar saber, e se levar pelas ondas...
Amanhã não fará sentido...
Quer assumir teus cabelos! ASSUMA MESMO! Mas certifique-se de conferir teus motivos...Faça porque você tem consciência que este será um ato importante, não apenas para aparentar algo aqui, ou ali...Mas porque realmente possui significado!
E pra quem não é negro(a)...Vale a pena pensar com carinho, no efeito que alguns comentários infelizes causam nas pessoas!

Beijos, 
Thatá! ♥
(obrigada meninas!!!)